Com a chegada do Verão e do bom tempo aumentam as actividades ao ar livre e as idas à praia. Fazem-se os preparativos para uns dias mais relaxados, as bolsas de praia, as malas e a escolha de um Fotoprotector solar (FPS). Embora deva ser usado durante o ano é no Verão que aumenta a sua procura.
Perante a grande variedade de FPS disponíveis no mercado surgem as dúvidas: Qual o mais adequado? Que índice de protecção devo usar? E para as crianças?
5 Informações sobre o que tem de saber para puder escolher o protector solar mais adequado para si e para toda a família e disfrutar do Verão em segurança:
1. RADIAÇÃO SOLAR
Existem vários tipos de radiação: radiação ultravioleta (UVA, UVB e UVC), radiação visível e radiação infravermelha..Neste caso, focamo-nos mais na radiação ultravioleta (UVA, UVB). Uma das consequências mais importantes da incidência da radiação ultravioleta sobre a pele é a síntese de melanina que resulta num aumento da pigmentação cutânea (bronzeado).
Radiação UVA – é a radiação ultravioleta que tem a capacidade de atravessar as nuvens, os vidros e a epiderme. A nível cutâneo pode penetrar profundamente até a derme e gerar alterações a nível celular. A longo prazo, a radiação ultravioleta A é responsável pelo fotoenvelhecimento da pele, pelo aparecimento de desordens da pigmentação (manchas, melasma) e pode ser responsável pelo desenvolvimento do cancro cutâneo.
Radiação UVB – é a radiação ultravioleta que atravessa as nuvens e pode penetrar a epiderme, no entanto, não atravessa o vidro. É responsável pelo bronzeado, queimaduras solares e desenvolvimento de cancro cutâneo.
O Fotoprotector deve ser de largo espectro, isto é, proteger contra os raios UVB e UVA. Deve escolher um FPS que na embalagem indique UVB + UVA.
2. FPS QUÍMICO VERSUS FPS FÍSICO: QUAL A DIFERENÇA?
Ambos estão destinados a nos proteger da radiação ultravioleta e assim evitar a queimadura solar, o envelhecimento cutâneo e o cancro cutâneo. O que diferencia um FPS químico de um FPS físico ou mineral é o seu mecanismo de acção, isto é, a forma como actuam perante a radiação ultravioleta.
FPS Químico – absorvem determinadas bandas do espectro luminoso; os mais usados são o ácido p-aminobenzóico, cinamatos, avobenzona, entre outros. Normalmente têm elevada cosmeticidade e uma ampla variedade consoante o tipo de pele: acneica (oil free, emulsão, fluidos), com rosácea (peles sensíveis), peles secas (creme), peles intolerantes (sem perfumes e sem parabenos).
FPS Físico ou Mineral– reflectem ou dispersam a radiação; os mais utilizados são o óxido de zinco e o dióxido de titânio; são vulgarmente conhecidos por serem usados nas crianças e formarem uma pasta branca. Actualmente, existem novas formulações mais “fluidas” que permitem o seu uso a diário sem o inconveniente de deixarem a pele branca. São especialmente indicados para crianças, pessoas com fototipos claros ou pacientes com determinadas patologias cutâneas.
Ambos são eficazes contra a radiação ultravioleta no entanto devem ser aplicados cada 2 ou 3 horas de modo a manter a sua eficácia. Também devem ser reaplicados após transpiração ou banhos de mar/piscina.
3. QUE ÍNDICE DE PROTECÇÃO ESCOLHER?
Deve eleger uma protecção alta ou muito alta e repetir a aplicação de forma regular. Recomenda-se um factor de proteção superior a 50 (ideal é ser > 50+). Importante escolher a galénica mais adequada a cada caso (creme, leite, gel, spray, etc.) e às preferencias do utilizador, de modo a que a sua utilização seja agradável e prática.
Inicialmente, pensava-se que era necessário aplicar o FPS 30 min antes da exposição solar. Este ano, a Universidade de Valência publicou um artigo científico que demonstra que o fotoprotector começa a exercer a sua função após 5 min da aplicação.
O índice de protecção solar recomendado é superior a 50.
4. QUAL O MAIS ADEQUADO PARA CRIANÇAS?
A pele das crianças é mais sensível ao Sol e o cuidado deve ser redobrado. De salientar que as queimaduras solares na infância têm risco aumentado de desenvolver cancro cutâneo na idade adulta.
Neste caso, recomenda-se o uso de protectores minerais (fazem um efeito barreira ao sol, não penetrando na pele). Não devem conter perfumes ou parabenos.
Embora sejam medidas gerais extensíveis a todos, as crianças devem ser protegidas além do FPS, com vestuário com índice de proteção 50+, chapéu de aba larga e óculos de sol. Resguardar as actividades exteriores e/ou praia para o início da manhã ou fim da tarde (evitar o horário entre as 11h e as 16 horas).
Até 1 ano de idade as crianças não devem ser expostas ao sol directo.
5. NÃO ESQUECER..
O protector solar não nos protege a 100% da radiação solar pelo que devem ser associadas outras medidas:
- Protector solar: aplique em quantidade generosa e repite a aplicação cada 2h; não esqueça de aplicar nas orelhas, couro cabeludo, lábios e dorso dos pés.
- Vestuário adequado: o ideal é roupa com proteção solar, especialmente na praia ou montanha (que estão à venda em lojas de desporto ou especializadas). Deve-se optar por roupas mais ajustadas com cores escuras, por exemplo, roupas de cores escuras (verde/preta) de polyester conferem maior proteção que roupas claras (brancas), de algodão ou linho.
- Óculos de Sol: com certificado CE e com protecção UVA.
- Chapéu de aba larga: confere maior proteção na face e ombros
- Guarda-sol: Procure a sombra e evite a exposição nas horas de maior intensidade; recentemente foi realizado um estudo que demonstra que o guarda-sol só nos protege cerca de 37% da RUV. Se possível, opte pelos que têm proteção contra os raios uv.
- Localização: Na montanha, com o aumento da altitude, a radiação UV é mais intensa e requer cuidados especiais. A água, areia e relva também reflectem a luz solar. Mesmo num dia nublado, é necessário proteção, uma vez que a radiação ultravioleta ultrapassa as nuvens e atinge a terra.
- Horário: evite expor-se ao sol entre as 11h e as 16h; se a sua sombra for menor deve procurar proteger-se.
- O uso de solários NÃO É RECOMENDADO. Os solários para bronzeamento emitem radição UVA e UVB que além de provocar o fotoenvelhecimento precoce da pele, está associada a aumento do risco de cancro cutâneo, nomeadamente o Melanoma (que é o tumor cutâneo mais letal). Em alguns Países, como a Austrália, o uso de solários foi abolido e em breve, extender-se-á a outros mais.
O Sol é fundamental para a vida e tem um efeito benéfico no estado de ânimo, síntese de vitamina D, entre outros. Deve ser disfrutado com precaução de modo a prevenir, a curto prazo, queimaduras solares e, a longo prazo, o apareciemnto de cancro de pele, envelhecimento prematuro da pele e manchas.